segunda-feira, maio 26, 2008

Há caracóis?

Queridos ouvintes deste teclado francofonico...

Escrevo de Cannes neste momento para relatar meu primeiro diario a bordo desta embarcaçao sem vela, sem acento e com as letras trocadas.

Pietons Attendez, e o genio escutou e fez um pedido ser realizado: de volta à França!

Depois de incriveis anedotas na terra do pastel de belém e do "espera um bocadinho...", seguimos viagem para esta tétrica Miami no velho mundo, repleta de cartazes e crachas, onde vc realmente realiza que pobre é voce, e que o problema é so seu.

Vitrines de Dior e DG de frente a praia refletem a multidao de turistas perdidos a olhar seus preços exorbitantes. E nos, brasileiros, cabia apenas aquele comentario mental: Oscar Freire nao passa de uma versao tupiniquim desta m... fruto de uma porra de mentalidade de colonizados!

Mas como aqui apesar de tudo é a ainda a França, nao deixamos de nos desfrutar de um almoço com saladas, salmon fumé, crème brulé e um bom vinho. Todo mundo tem seu lado cafona-chic, e devo confessar que isto é muito saudavel!

Nada parecido às ladeiras estreitas do bairro alto em Lisboa, onde foi estabelecida a nossa sede. Moramos ao fim de uma escadaria estreita de madeira dentro de um edificio antiquissimo, sobre uma legiao de bares e lojas fish ( como eles diwem ca...).

Numa noite, ouvi uma confissao muito peculiar. Com a garganta espremida e o sotaque apertado que lhe sao caracteristicos, um luso-desapontado desaba em lagrimas para sua mae: estou a sofrer... Doi muito... filha da puuu... Interpretei como uma legitima desilusao de amor, com esta melancolia tragicomica portuguesa.

Bondinho, lojicas, mojicas, mojitos, bacalhau e até uma camera de video foram parte desta primeira semana lisboeta. Logo mais, quando sair da era jurassica da internet da Europa, posto uns belos e freaks you tubes.

Fico no aguardo de vossas garrafas e sinais de fumaça...

Beijos Apertadinhos...

Eduardo do Sem-Tejo