terça-feira, junho 03, 2008

Dias remotos num controle fora de série. "Zapping".

Se fosse definir esta viagem pelo Vale do Douro em uma palavra.

Chegamos primeiro em Porto de comboio (o nosso trem). Uma figura incrível nos recebeu: com minhas experiências européias com paraenses de Belém, não pensei que poderia ser diferente. Um cheiro peculiar no seu apartamento nos distanciava do clássico aroma cigarrento e meio gorduroso da maioria dos espaços indoors na Europa: cheirinho do Pará.

Como se não bastasse tamanha hospitalidade, nosso amigo Osvaldo morava ao lado da Casa da Música, uma espécie de figura geométrica tridimensional e assimétrica no meio de uma praça vazia, contrapondo à arquitetura dos prédiozinhos europeus defaut. Uma instalação interessantíssima propunha uma objeto musical compartilhado por 6 computadores espalhados dentro das entranhas do edifício. Cada computador regia um instrumento numa interface game retrô com bolinhas que produziam sons de forma aleatória ao tocar nas paredes. O barato é que não dava para sacar de prima que as outras bolinhas q vc não controlava eram controladas por outras pessoas em outros computadores. Morou malandro?

Seguindo dicas de um amigo lomográfico, fui direto ao parque/museu Serralves. Um acervo incrível enriquecido com suas mostras temporárias sobre capa de discos de vinil e outra sobre desenhos do acervo do MOMA em NY. Um almoço sobre uma esplanada ensolarada, e uma tarde horizontal no parque à la Versailles mas com um toque mais contemporâneo. E muito mais informal: as pessoas podiam deitar-se na grama e nas muretas das fontes e vias de água!

De carro, viajamos pelo tal Vale do Douro, a lendária rota do vinho do Porto. Como toda lendária rota disso ou daquilo, não se faz vinho do Porto nas quintas desta estrada, e mais, não há mais rota alguma. Turismo medieval com certeza. Um bucolismo Bertolucciano por dentre as pequenas ruas de pedra das vilas, a espiar as miúdas com suas pernocas ao sol tímido da primavera e a velhinhas portuguesas mezzo rabugentas mezzo chuchumbas a varrer suas portas.

Um brinde ao vinho do Porto!

D