quinta-feira, junho 24, 2004

Não é todo dia que se bebe um bom vinho.

Me encontro neste exato momento, escrevendo esta pequenina crônica enquanto bisbilhoto meu orkut. Opção? Talvez numa outra ocasião. A sequência festa miada, rolê de taxi e perda da chave do carro já foi o suficiente por esta noite.
Você deve estar perguntando como é que consegui ir numa festa miada, dar um rolê de taxi, perder a chave do carro e ainda estar conectado na internet, e escrevendo no blog... Pois é. Vamos começar de quando estava indo para festa.
Tinha acabado de sair de uma aula, e estava sem destino e indeciso com relação a duas possibilidades de prosseguir minha noite. Ou ía no cinema sozinho, ou aceitava o convite para uma festa junina numa produtora de áudio. Hummm... Bem isso mesmo. Comida boa, caldinho de feijão, cachorro quente de festa de criança e canjica. Cerveja gelada, quentão e vinho quente. Tudo de graça, e com um leve inconveniente de ter gente apinhada por todo o lado. Ah... ía me esquecendo do detalhe principal: aquela gente mala de publicidade.
Depois de comer todas as opções do cardápio, de repente a festa perdeu todo o seu encanto. É engraçado como as festas ruins ficam piores ainda quando você já não está mais com fome, ou quando a bebida acaba. Esse foi o caso.
Saímos da confusão da comida, para o saguão principal da festa onde tinha um piano de calda preto. Quando havíamos chegado, ele estava lá, imponente e enfeitando o saguão. Geralmente, os melhores pianos são comprados por pessoas que nunca e nem sequer vão tocá-lo. Mas enfim, antes permanecesse desta maneira. Na volta, encontramos um homem bem bonachão e grisalho, meio pochete de couro (ver glossário), tocando aquele piano sentimental que urgia uma mistura de Flávio Venturini com Ivan Lins e Beto Guedes. Tenebroso! Foi a conta.
Voltamos para a produtora onde meu carro estava estacionado. Coloquei a mão no bolso...Aí! Pu ... que paril!!! Cadê a chave do carro? Reconstituí todo o meu trajeto antes de chegar na festa. Saímos da produtora de taxi, e fomos até a Casablanca entregar umas fitas. Ficamos lá por tempo, sentei em dois sofás e fui ao banheiro. Bom, até aqui quatro lugares: taxi, dois sofás e um banheiro. Depois fomos no carro da minha amiga até a festa, onde fiquei em pé a maior parte do tempo. Sentei no sofá só no final, enquanto esperava as meninas voltarem do banheiro e ouvia aquele híbrido genérico de Ivan Lins com Flávio Venturini e Milli Vanille (é assim que se escreve?). Mais 2 lugares.
Foi um tal de liga pra todo mundo, e nada. Conclusão, liguei para o meu irmão me trazer a chave, e aqui estou esperando... Será que é para compensar a massagem no Fashion Wicca?


Glossário:

Pochete de Couro: O sujeito que é por natureza um profissional. No caso, aqueles músicos que usam calça jeans, camiseta da Expo Music 97, sapato mocacin preto, meias brancas, bip e celular com capa de couro preto, zippo, bigode amarelo, cinto de couro preto trançado, rabo de cavalo, e é claro, uma pochete de couro preta LEGÍTIMA Julian Marcuir !!! Geralmente são fotógrafos, músicos, câmeras, cable man, operadores de grua, motoristas, técnicos de som, editores de avid, eletrecistas, donos de mecânica (aqueles meio careca, com blusa de lã da lacoste com gola em V, calça jeans, e um papo mala sobre carro), etc, etc, etc,

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Dudu,
os livros, assim como o piano em questão, tem o péssimo hábito de morarem em prateleiras de pessoas que jamais irão le-los, mas diferente daqueles que adorariam faze-lo, exibem os volumes nas prateleiras bacanas de seus apês mais bacanas ainda... como um pequeno museu do mundo sofisticado dos poucos...
Uma vez estava em um apê no Leblon e entre os cararécos de uma estante vi um "Crônicas Italianas" do Stendhal, subi em uma banqueta, me estiquei ao máximo e peguei o livro... Como eu suspeitara o livro nunca tinha sido lido, estava intacto... pedi emprestado para dona da casa para ler equanto durasse minha estadia no Rio, ela não me emprestou dizendo que aquele livro era o que tinha a capa mais bonita.
Aposto que ela nem sabe quem foi Stendhal... uma tremenda injustiça... um pecado... os livros forma feitos para serem lidos... que desperdicio!

Ceci

26 de junho de 2004 às 13:31  

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