terça-feira, julho 06, 2004

Escolhas da Vida

Ontem assisti um filme antigo, de 2001, chamado Vanilla Sky. Acho que nunca tivera vontade de assití-lo pois tenho um pouco de bode do Tom Cruise. Mas, depois do Último Samurai, minha relação mudou um pouco, e como o DVD estava em promoção no supermercado, decidi comprá-lo.
É uma história super louca, com ambiguidade de realidade e sonho, problemas afetivos e emocionais, crises de identidade e esquizofrenia. Mas o ponto fundamental do filme é mais simples que isso. São as escolhas que tomamos no nosso dia-a-dia, e que muitas vezes passam desapercebidas, mas que na realidade mudam o traçado de nossas vidas.
Talvez seja mais fácil lembrar de algumas mais fortes, dado o momento de dúvida e tensão que envolvia a decisão. Algum assunto polêmico, que envolvia muitos valores e problemas cruzados, mas que as vezes eram mais grilos e paranóias do que outra coisa. Ou não.
Mas também, tem aquelas bem banais, que fazemos com uma risada interna e um sentimento de plenitude, que mais tarde se revelam como as verdadeiramente cruciais na mudança de rumo da vida. É sobre isso que se fundamenta o enredo do filme, e é sobre isso que estou pensando agora.
Eu, como um bom taurino, adorador dos prazeres materiais e do tempo dos eventos, sinto extrema dificuldade em tomar decisões, mesmo as mais banais. Gosto de seguir o meu dia de acordo com a sequência de eventos que vão ocorrendo pelo simples e leve encadeamento do acaso ou da circunstância. Fico meio que anestesiado pela fluidez das ações que vão sendo sugeridas e criadas no momento presente, sendo altamente corruptível por amigos boêmios e igualmente "taurinos".
Nào é atoa que tenho uma dificuldade absurda e dar conta dos meus compromissos, me baseando no tempo do relógio. É um tempo duro, concreto, que não se distende e nem se encurta. Não se adapta a situação presente, e muito menos à fluidez do momento vivido. Ele chega cortando conversas, acabando encontros, ditando os deveres do amanhã, te colocando a seu serviço.
Nunca está bom. Sempre podíamos ter aproveitado melhor o tempo. Ou ter feito algo mais interessante, sendo todo o tempo perdido em vão, ou ter rendido mais, realizando mais ações quanto possível, ou ainda, ter feito com mais velocidade para ter dado mais tempo de fazer aquele programa mais divertido. Aqui são três situações distintas: a insatisfação constante do indeciso, o perfeccionismo exacerbado do CDF e o princípio da noção de tempo dos eventos do aspirante à Bon Vivant.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ai nave, bom ja q nao tenho senha , muito menos paciencia para cedastrar mais uma, vou no anom=nimato mesmo.
Entao quer dizer que tambem analisa os pequenos fatos insignificantes que parecem ser frutos do acaso, e' verdade, tambem acho q eles sao, porem, se olharmos de longe, veremos que eles seriam fatalmente previsiveis a leis maiores que podem descrever nossos comportamentos.
Pena q essas demoram e isso e' que faz da Dialetica uma teoria valida.

So pra te provocar ......falo.

6 de julho de 2004 às 22:28  
Anonymous Anônimo said...

Dudu, Dudu, como eu te entendi, meu caro...eu sou assim também, iguar que nem! Você sabe quem está falando né? Beijo, César!

12 de julho de 2004 às 14:35  
Blogger Dudu Tsuda said...

Claro que sei ... Acho que as pessoas mais sensíveis tendem a ser assim. beijo, dudu

25 de julho de 2004 às 10:24  
Anonymous Camila said...

Acabei de sair de uma conversa no MSN com meu ex-namorado [alguém que me entende, coisa rara] e era esse o assunto que tratávamos.
Como eu sou mal adequada à vida cotidiana, como é difícil tomar decisões, fazer escolhas, ai!
Ironicamente, foi bom ler essas palavras depois de uma certa angústia causada pelo mesmo assunto.
Pena que isso não é fase... mas, quem sabe eu possa dizer que mudei, um dia.

24 de abril de 2009 às 16:24  

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